No final, só o amor não basta. O que eles querem mesmo é o
prazer, curtir a vida, ir para festas, usar drogas, transar bem muito e apalpar
carnes novas. E, afinal, do meu corpo ele já usufruiu do jeito que queria e que
não queria também, estava na hora dele ir atrás de outros corpos.
Posso falar pra vocês, já gritei muito sentando nele, ele já
meteu bem gostoso o quanto eu quis e eu já fiz de tudo para fazê-lo gozar em
mim. Sim, eu o obrigava a fazer coisas que somente eu queria, devo ser
ninfomaníaca.
Perguntei para uma amiga o que eu faria agora que já não
tenho mais ele para me satisfazer desse jeito, ela simplesmente disse “fode ele
no teu pensamento”, mas mal sabe ela que eu já faço é muito isso. Preciso é de
coisas novas também, acho que vou voltar ao Facebook para ver se tem
alguma coisa boa por lá, se é que vocês me entendem.
[...]
“Oi, sumida!”, foi essa a primeira mensagem que apareceu
cerca de 40 minutos depois que eu estava perambulando pelo Facebook. Eu
já tinha rido de vários memes bestas que me fizeram passar o tempo, tinha visto
alguns vídeos engraçados de animais e curtido fotos de gente que fazia tempo
que eu nem via. Mas aí chegou essa mensagem, e vocês sabem o que significa essa
mensagem, não é? É óbvio que depois de tanto tempo de chats e redes
sociais, todos sabemos que ela pode ser substituída simplesmente por um: “quero
te comer”, e era exatamente isso que eu queria naquela hora, precisava de
alguém para me comer.
Era um velho colega que eu não tinha notícias há tempos,
conversamos durante horas naquela madrugada, lembramos dos tempos de escola,
das vontades recíprocas que tínhamos um pelo outro e também da vergonha que
tivemos, o que nos levou a nunca ter exposto esse desejo. Mas vocês sabem, um
desejo não resolvido permanece na gente por anos, só vai passar quando se
realizar.
No entanto, naquele dia ficamos só de papinho mesmo na rede
social, sexting a vontade, alguns nudes, é claro, e muita putaria boa em
palavras impuras e maliciosas. Terminamos com o que temos de melhor dentro de
nós, o nosso gozo. Naquele mesmo dia criamos um código para quando fôssemos nos
ver, se eu chegasse rindo e ele também, saberíamos que os dois estariam
querendo transar de verdade.
Numa terça-feira marcamos de almoçar juntos e conversar um
pouco. Fiquei com aquilo na minha cabeça: “eu vou rir quando ver ele e ele já
vai saber o motivo da minha risada”. Se ele risse de volta iria me confirmar
isso, ele realmente queria me pegar. Pensei mais um pouco: “vou rir bem muito
até esperar um convite para tudo se tornar real”. Enquanto pensava nisso, só
sentia meus mamilos ficando rígidos, esperando pela boca dele, senti minha
calcinha ficar encharcada, o que comprovei quando cheguei em casa e vi a
situação que ela estava. Mas, infelizmente, naquele dia não deu certo, ele
precisava voltar ao trabalho, mas poucos dias depois a vontade se tornou
realidade.
Eram quase três horas da manhã de um sábado para domingo,
chovia muito, mas mesmo assim ele pegou o carro e veio bater aqui em casa. Sim,
fui eu que fiz o convite, pois precisava muito experimentar alguém diferente.
Ele já chegou me perguntando o porquê de uma loucura dessas, numa hora dessas,
eu só respondi: “porque gostei, porque achei boa a vibe, porque eu quero ser
tipo uma puta para ti”.
Eu já estava com um shortinho bem tentador e uma blusa que
só cobria meus seios, fiz questão de subir as escadas na frente dele, para ele
ir apreciando o meu corpo. Fomos direto para o quarto e daí para a frente foi
só felicidade para dois corpos que ansiavam por sexo. Peles, paixões, prazeres.
Bocas, lábios, dois seres. Cabelos, unhas, mãos. Suspiro, arrepio, arranhão.
Beijos, palavras, amor. Suor, clímax, calor. Cobiçamos um ao outro, só
terminamos depois que eu me satisfiz bem muito e, no final, fiz ele gozar com a
minha boca.
Não tem nada melhor depois de uma boa trepada do que ficar
deitado ao lado do outro, rindo de besteiras aleatórias. Foi assim que acabou
essa minha aventura sexual, entre conversas, risos e carinhos. Por um par de
horas, ele me fez esquecer do meu menino, aquele menino que é uma lembrança tão
linda, pena que hoje não significa mais nada. Às vezes eu tenho a certeza de que o prazer
vale muito mais do que o amor.
Lembrar isso tudo já me acendeu aqui de novo, acho que vou
me aproveitar sozinha mesmo, espero que vocês já estejam fazendo o mesmo aí do
outro lado da tela...
Por Sara Fernandes