Ainda que eu falasse todas as línguas,
Do amor eu nunca entenderia.
O amor é fogo que arde e dói,
É ferida que abre e não cicatriza.
É um descontentamento que será contente
Ou dor que não vai parar de doer?
É um não querer que insiste em aparecer,
É solitário e anda por entre a gente.
É contentar-se em ficar descontente,
É cuidado que irá se perder.
É estar-se preso na vontade
De querer servir a quem vence.
É um ter que nos mata a lealdade,
Tão contrário assim é o amor.
Agora vejo todas as partes,
Mas jamais encontrarei a verdade.
(Janderson Oliveira)
Eu adoro escrever poesia, mas não muito de ler as poesias dos outros, leio uma vez e pronto, tá tudo feito. Prefiro quando as poesias se transformam em música, aí são outros quinhentos, se a poesia, e a música também, forem boas, então tá feita a minha festa, eu passo a escutar por um longo tempo, pego as cifras e passo o dia tocando no violão. Até o dia em que encho da música e esqueço por uns tempos, vou atrás de outra, mas aquela fica lá na dela, quando eu menos espero, eu redescubro aquelas antigas canções e refaço toda minha festa, com eu e migo mesmo. Fazendo isso, juntando poesia e música, o Renato Russo escreveu “Monte Castelo” e fez uma bela canção, pegando trechos da Carta de São Paulo aos Coríntios e um soneto de Camões, e eu, como também adoro reescrever as coisas da minha maneira, peguei a música (principalmente a parte de Camões) e fiz a minha poesia mostrando o amor por uma outra visão, se é que vocês me entendem...